Esta Gente. Desenho e pinto esta gente, sem volume nem sombra, corpos superficiais com uma dimensão quase gráfica, erguidos como sinais na berma dos caminhos, destacando-se ou fundindo-se em horizontes sombrios ou já de esperança.
Esta Gente em poses de grupo e procissões ,“cujo rosto / Às vezes luminoso /E outras vezes tosco // Ora me lembra escravos /Ora me lembra reis (…)” (1). Rostos vazios, anónimos, desenhados pela ausência e pela distância, suficientemente transparentes para cabermos quase todos neles, para nos revermos uns aos outros em todos nós.
Esta Gente em poses de grupo e procissões ,“cujo rosto / Às vezes luminoso /E outras vezes tosco // Ora me lembra escravos /Ora me lembra reis (…)” (1). Rostos vazios, anónimos, desenhados pela ausência e pela distância, suficientemente transparentes para cabermos quase todos neles, para nos revermos uns aos outros em todos nós.
Sérgio Reis
(1) “Esta Gente”, de Sophia de Mello Breyner Andresen ("Geografia", 1967)
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